Relato de outra leitora, contribuindo com sua experiência!

Email que recebi da leitora:
Boa noite!
Já deixei um comentário no blog mas gostaria de deixar o relato completo da minha cirurgia. O teu blog ajudou-me imenso enquanto fazia a pesquisa para decidir se operava ou não os pés. Ler os relatos de pessoas que realmente passaram pela cirurgia e recuperação é melhor que todo e qualquer tratado de ortopedia e contribuiu em muito para que eu fosse para a clínica num total estado de tranquilidade, eu, que sou a ansiedade em pessoa!



Relato:
Tenho joanetes desde que me lembro de ser gente. Tenho fotos minhas com 3 anos em que já se notava uma "batatinha" nos pés. No meu caso é hereditário. Toda a família directa do meu pai tem joanetes, os meus primos direitos também têm e alguns primos em 2º grau também foram "agraciados" com estas "dádivas da natureza".
Como sempre tive um estilo mais alternativo e rockeiro, sempre usei calçado raso e largo (ténis, botas com biqueira de aço, chinelas) e por isso nunca senti os pés apertados ou doridos. Faço ski desde pequena e aí sim, quando calçava as botas os pés ressentiam-se, mas como era só uma semana por ano, a coisa era suportável.
No entanto, de há uns 5 anos para cá a coisa começou a piorar. Comecei a não suportar qualquer tipo de calçado fechado. Nem ténis, nem botas rasas e redondas, nada mesmo. Só andava bem no verão, com havaianas e sandálias abertas, que deixassem o pé à vontade. Mesmo que tivessem salto não me magoavam, desde que fossem abertas. Fui deixando andar, operar nem me passava pela cabeça, ouvi relatos pavorosos sobre a cirurgia e a recuperação e houve mesmo um cirurgião que não insistiu muito para que eu fizesse a cirurgia, embora me dissesse que era a minha única opção.
Como deixei andar, o pé deformou de tal maneira que o nervo ficou comprimido e fiz um neuroma de Morton. Essas dores eram quase insuportáveis, tinha que me descalçar onde quer que estivesse e o ski deixou de ser um prazer e passou a ser uma tortura.

Este ano, quando terminou o verão e eu tive que voltar a usar sapatos fechados decidi que não ia continuar a sofrer dessa maneira quando havia forma de resolver a questão. Assim, em Outubro marquei consulta num cirurgião ortopedista e fui ouvir o que já sabia: que o meu caso era para operar. Marquei exames para localizar o neuroma para que o médico pudesse tratá-lo e quando recebi os resultados fui marcar a cirurgia. Fiz uma osteotomia de Chevron e uma infiltração com prednisolona para reduzir o neuroma. Não levei parafusos, o médico estabilizou o corte com a própria cápsula da articulação.
No dia da cirurgia, dia 30 de Novembro de 2010, fui para clínica de manhã, em jejum desde o jantar do dia anterior. Estava bastante calma, o que achei estranho pois sou muito ansiosa por natureza. Fiz o internamento, tomei banho com um produto que a enfermeira me deu (devia ser um desinfectante) e vesti a bata. Fiz electrocardiograma, análises e puseram-me a soro. O médico veio ver-me perto das 14h, falámos um pouco, confirmámos qual o pé a ser operado e 2 horas depois levaram-me para o bloco operatório.
Tinha falado em fazer raquianestesia mas a médica anestesista não concordou e por isso fiz anestesia geral muito levezinha, com máscara laríngea (não fui entubada). Acordei 1 hora depois de ter "apagado", estava a entrar no quarto. A cirurgia demorou 45 minutos e correu tudo bem. O médico passou no quarto para ver como é que eu estava, mandou-me mexer os dedos (coisa que fiz sem dificuldade) e foi embora. Passadas 2 horas começaram as dores; durante meia hora arrependi-me de me ter metido naquela situação mas acho que ainda estava com o raciocínio toldado pela anestesia. Chamei a enfermeira, que me deu Nolotil, e até hoje, passados 3 meses, não voltei a tomar nada para as dores. Não dormi nada durante a noite mas também não voltei a ter dores. No dia seguinte o médico foi ver-me; mandou mexer novamente os dedos, fui fazer uma radiografia para confirmar se estava tudo bem e mandou-me para casa.
Lá saí da clínica pelo meu próprio pé, com a sandália de Barouk. Tomei antibiótico durante 7 dias e fiz injecções de heparina durante 6 dias (para prevenir tromboflebites). De resto não tomei mais nada, nem anti-inflamatórios nem analgésicos. Fiz muito gelo, pé sempre ao alto, só me levantava para ir à casa de banho e para comer. Tomava banho com um saco no pé, para não molhar a sandália nem as ligaduras. Mudei o penso ao 4º e ao 10º dias. Ao 14º dia fui tirar os pontos. Entretanto comecei a usar canadianas porque fiz uma distensão dos gémeos por andar sempre apoiada no calcanhar. Isso foi o pior da recuperação, as dores foram bem más a ponto de não conseguir dormir. Aconselho a usar sempre Barouk E canadianas.
Um mês depois voltei à consulta. Fiz nova radiografia; continuava tudo bem, apesar de o pé estar um pouco "preso" de movimentos. Tive "alta" do Barouk e comecei a pôr o pé no chão, com cuidado e sem exagerar muito. Fiquei de baixa mais 15 dias e, 2 meses depois da cirurgia, voltei a trabalhar. Ainda não consigo usar calçado sem ser Crocs, como são muito largas o pé está à vontade e consigo andar sem dores. Como aqui em Portugal é Inverno tenho que andar de sapatos fechados e isso é um pouco complicado, mas com este calçado consigo andar sem grandes problemas. Faz hoje um mês que voltei a trabalhar e a conduzir e, embora de vez em quando tenha algumas dores, não são nada comparadas com as dores que tenho no joanete do pé direito.

Estou ansiosa para operar o pé direito mas se calhar só o farei no final do ano ou no princípio do próximo. Embora para a recuperação seja melhor fazer a cirurgia no verão por causa do calçado fechado, acho que vou optar por fazer a outra cirurgia também no inverno. Psicologicamente foi muito complicado para mim ficar 1 mês e meio em casa e estava frio e neve e chuva, imagina no verão!! Fico maluquinha, de certeza! De qualquer maneira, foi uma experiência positiva, o meu pé ficou lindo e quero muito muito muito operar o outro. Não pela parte estética, que a mim nunca me incomodou, mas pelo alívio de não ter dores no pé e poder calçar botas e ténis sem sentir desconforto.

Espero que o meu testemunho possa ajudar os indecisos a decidirem-se.
Seguem as fotos:


Antes - Novembro 2010

Depois - Janeiro 2011

Depois - Fevereiro 2011

17 comentários:

Anônimo disse...

seu pé ficou lindo... to pretendendo fazer a cirurgia em um dos pés agora em julho... abraço..sucesso !!!

Anônimo disse...

Obrigada pelo seu relato e parabéns pelo sucesso.
Eu fui operada no passado dia 15 de Julho aos dois pés (joanetes) e a um neuroma de Morton no pé direito.
Tendo em conta os relatos que li sinto-me satisfeita.
Parei o Nolotil mas recomecei porque tenho dores.
Agora o meu pior desconforto é o inchaço, principalmente, no pé direito do qual me foi retirado também o neuroma de Morton além do joanete.
As minhas costuras, já sem os pontos, ainda estão muito escuras e, a conselho médico, estou a colocar creme Nívea.
Ando em casa com as sandálias apropriadas e desloco-me sem as canadianas.
Vou continuar a ler mensagens e a dar também o meu testemunho
As suas melhoras.

Anônimo disse...

Olá, boa tarde! Fiz a cirurgia para joanete há um mes.já retornei ao medico, já tenho que caminhar com o pe todo, sem a sandália de batoto, mas meu pe cabe muito mal no Crock. Meu dedão não encosta no chão. Tenho Medico esta semana, estou bastante ansiosa e preocupada Mas assim mesmo, meu pe esta ótimo, apesar de estar inchado. Alguém pode me descrever e dizer como e a fisioterapia e se dói?
Aguardo.

anonimo disse...

Desculpe,e sandália de barouk.Estou digitando do celular.

Anônimo disse...

Foi muito bom conhecer estas informações, pretendo operar este ano e estou morrendo de medo.... os relatos de operações bem sucedidas e sobretudo as fotos do antes e depois me deixaram mais animada. Como ainda estamos bem no início do ano, aproveito para desejar um feliz 2012 a todos.

Anônimo disse...

Olá, tenho 29 anos,e tenho joanetes bem avançados, minha maior preocupação é ocm o tempo de voltar a trabalhar, por isso até hoje não fiz a cirurgia, com quanto tempo voce voltou a trabalhar?

Bachelorette disse...

Olá! Eu voltei a trabalhar 2 meses depois, trabalho no laboratório de um hospital e ando muito tempo de pé, por isso demorei tanto tempo a ir trabalhar. Se tiveres um trabalho mais sedentário podes estar a trabalhar dentro de um mês, se tudo correr bem.
Neste momento estou a recuperar da 2ª cirurgia (que fiz há 16 dias), desta vez ao pé direito, e está tudo a correr bem, como da primeira vez. Também fiz cirurgia ao Neuroma no pé esquerdo, que tinha ficado resolvido com a cirurgia ao joanete que fiz nesse pé. Vamos ver como fico. :)

Anônimo disse...

ora viva. aqui estou eu a recuperar de uma recem cirurgia aos 2 pés. nos últimos 4 anos as minhas articulações foram-se degradando ao ponto de começar a ter calcificações... esse era o sinal que não dava para adiar mais. fui operada há 5 dias. no dia seguinte à cirurgia tive alta e foi um horror colocar os pés no chão, com as devidas sandálias baruk. esse dia foi muito complicado para mim. não tinha qualquer equilibrio, as canadianas ajudavam mas enfim, tinha muitas dores, tremuras, insegurança, mal estar e à noite febre... foi um dia muito mau. a medicação e as indicações médicas são seguidas à risca (felizmente os meus pais vieram de malas e bagagens para minha casa para ajudar). apenas posso andar por curtos períodos de tempo (15 min. no máximo) e depois colocar sempre os pés ao alto. durante 4 dias tb fiz gelo. os pés aparentam estar desinchados mas com o penso gigante apenas consigo ver as pontas dos dedos e o calcanhar. desde ontem deixei de tomar o medicamento das dores que, embora ainda as tenha, são suportáveis. mantenho o antibiótico, o anti-inflamatório, as injecções. daqui a 3 dias tenho a minha consulta para mudar o penso. vou dando novidades.

Anônimo disse...

olá outra vez. sou a anónima de cima. faltou-me dizer que tenho 36 anos e que comecei com dores fortes e incapacitantes há sensivelmente 4 anos. não uso salto alto mas sim sapatos rasos e sapatilhas. gosto muito de desporto e como podem calcular há muito tempo que não faço NADA! :-( este meu problema foi herdado... hoje tive a 1ª consulta de pós-operatório e a 1ª muda dos pensos. os pés não estão nada inchados e apenas um pouco (muito pouco) pisados. confesso que pensei que os pés estivessem bem piores. apenas uma das cicatrizes está um pouco inflamada e uma outra sangrou uma pinguita. daqui a 8 dias nova consulta e novo penso. as dores são menores mas continuo a não poder andar muito. mantenho o regime anteriormente descrito. referir apenas que as pernas ao alto e o gelo nos 1ºs dias são essenciais para dimiuir o edema e promover a circulação, logo, a cicratização. de medicamentos continuo com o antibiótico (tomar até ao fim da caixa) e o anti-inflamatório terei que tomar durante um bom tempo mais. na próxima consulta dou novidades.

Anônimo disse...

olá outra vez. sou a anónima de cima. faltou-me dizer que tenho 36 anos e que comecei com dores fortes e incapacitantes há sensivelmente 4 anos. não uso salto alto mas sim sapatos rasos e sapatilhas. gosto muito de desporto e como podem calcular há muito tempo que não faço NADA! :-( este meu problema foi herdado... hoje tive a 1ª consulta de pós-operatório e a 1ª muda dos pensos. os pés não estão nada inchados e apenas um pouco (muito pouco) pisados. confesso que pensei que os pés estivessem bem piores. apenas uma das cicatrizes está um pouco inflamada e uma outra sangrou uma pinguita. daqui a 8 dias nova consulta e novo penso. as dores são menores mas continuo a não poder andar muito. mantenho o regime anteriormente descrito. referir apenas que as pernas ao alto e o gelo nos 1ºs dias são essenciais para dimiuir o edema e promover a circulação, logo, a cicratização. de medicamentos continuo com o antibiótico (tomar até ao fim da caixa) e o anti-inflamatório terei que tomar durante um bom tempo mais. na próxima consulta dou novidades.

Bachelorette disse...

Sem dúvida que o gelo e ter o pé ao alto é meio caminho para ajudar à recuperação! Tanto de um pé como do outro não fiquei muito inchada, acho até que deste último ainda inchou menos, mas pode ter a ver com a técnica cirúrgica. 2ª feira vou ao médico para ver se já posso largar o Barouk, mais 15 dias e devo começar a trabalhar. E espero nunca mais ter dores nos pés! :)

Anônimo disse...

Fiquei mais segura lendo o comentário muito bem descrito da paciente portuguesa.Seu pé ficou lindo e percebi pelas fotos que em dois meses já havia desinchado e no terceiro estava praticamente normal. Estou já providenciando os exames que me foram pedidos, ida a angiologista, Rx pés com carga e oblíqua e outros. O problema é sempre o pós, o tempo... e...o medo. Parabéns à moça portuguesa. em sua homenagem estou assistindo na Tv a minissérie Os Maias do grande escritor português Eça de Queirós que passa na TV brasileira. Parabéns pela coragem. Tomara tenha a mesma e também a mesma sorte.

Unknown disse...

Seu pé ficou muito bonito!Também desejo compartilhar minha experiência no meu blog ursulaliba.blogspot.com.br, eu fiz a cirurgia a pouco tempo, e estou postando fotos,e comentários a respeito.

Anônimo disse...

Boa tarde. Olha fiquei fascinada com o seu blog amei mesmo, eu também tenho joanetes nos dois pés e isso incomoda bastante você sabe. Por favor me diz onde você tirou, e quanto custou para retirar estou desesperada. Contacte-me por favor Abraço. Ah e parabéns seu pé ficou lindo mesmo :)

sergio disse...

Oi galera, gostaria de uma ajuda, eu adquirir um pacote de TV HD no PC no site www.tvhd.com.br tenho acesso a vários canais através de um painel de controle que eu visualizo no próprio navegador, como eu faço para gravar os programas e série de TV no meu PC, lembrando que não tem nem um programa instalado no meu PC é todo pelo próprio navegador 100% online.
Quem tiver uma ideia, por favor, me ajude meu e-mail: riclife@ig.com.br

Unknown disse...

Oi,pessoal.Venho sofrendo há muito tempo,com um problema no dedão do pé direito.No ínicio,todos,inclusive a médica,achava que era algo simples,e não tavam muita importância.
Bom,tudo começou a uns 6 ou 7 anos atrás,quando eu estva cortando a unha do pé,comecei a tirar um pouco mais,as odiosas "pelinhas"que ficam atrapalhando a o corte da ponta da unha,que fica bem rente no dedo.Não sei o que aconteceu direito,mas depois disso,já no outro dia,meu dedo começou a doer demais,e conforme o tempo passava,a dor só piorava,latejava,tinha noites que eu não conseguia dormir,só chorava.Ficou inchado,meu dedão do pé ficou com um tamanho monstruoso,uma anomalia horrível!
Mas isso não foi o pior da estória! O quadro foi se agravando,e a cada dia a dor se tornava masi insuportável ainda.Não sei se isso era muito normal,mas a dor era tão forte,que tinha vontade de arrancar meu dedo,e se a pouca idade "me permitia",eu acabava fazendo"operações",umas torturinhas com meu dedo,porque a dor era de gritar,chorar,querer arrancar o dedo com uma faca,etc.Cheguei a cortar a pelinha(uma expécie de 'bolinha',que nasceu em baixo do meu dedo,provavelmente para proteger o osso,que se fraturou com as pancadas que eu tava nas coisas).Essa "bola"de pele,que nasceu em baixo da minha unha,só vim descobrir mais tarde,pela operação que tive para removê-la no ano passado,que era uma capa protetora,que se constituiu em cima do ossinho,que hoje em dia,está no mesmo local:em baixo da unha do dedão do pé,saltado,esquisito,antiestético...
Eu queria muito tentar descobrir que tipo de doença é essa,porque todos podólogos que eu visitei,disseram que era uma coisinha simples,e no final acabei fazendo uma operação,que a médica no final descobriu que era um osso saltado,e que se fosse tirá-lo,eu iria ficar aleixada do dedo,com certeza!Eu ninca vi ninguém,nem em fotos de internet,nem nas pessoas próximas,alguém que pudesse ter uma fratura tão inusitada como a minha.Coitadinho do meu pezinho,sofreu tanto,mas quém chorou fui eu! Kkk

Helena disse...

Boa noite, li o testemunho e fiquei um pouco mais tranquila. Vou ter de ser operada a um neuropatia de morton e gostava que me dessem algumas dicas e relatos da vossa experiência. Obrigada